Perspectivas da construção civil para 2019
Investimentos em tecnologia e construção industrializada se tornam cada vez mais necessários para o setor
Os últimos anos de recessão econômica impactaram diretamente a construção civil. O setor que tem participação representativa no PIB nacional sofreu com o aumento do desemprego e a consequente redução da confiança dos consumidores. A decisão de realizar um investimento relativamente alto e em longo prazo, como a compra de um imóvel, foi adiada, por exemplo. “Nós somos a grande locomotiva da economia brasileira, ou funcionamos como um acelerador ou funcionamos como um freio”, ressaltou José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em sua palestra durante o Construsummit desse ano.
Além disso, as obras de infraestrutura que estiveram paralisadas durante esse período também prejudicaram os resultados do setor, que tem nessa área uma importante participação. Obras de infraestrutura paradas significam diminuição no número de empregados da construção civil e redução de investimentos na área.
De acordo com Martins, um dos objetivos da entidade é trazer para a formalidade 57% dos profissionais da construção que estão trabalhando de maneira informal.
Nos últimos anos, a burocracia também foi um problema para a construção. As questões jurídicas impeditivas para o crescimento da construção, como a dificuldade com as documentações, é algo que precisa ser modificado para a retomada do crescimento. Além disso, o elevado número de distratos, por exemplo, levou pequenas empreiteiras à falência e se tornou um dos protagonistas dos resultados abaixo do esperado durante o período.
O que a construção civil precisa para 2019?
De acordo com o presidente da CBIC é preciso pensar em estratégias para os projetos que não resolvam apenas um problema, de forma isolada, como uma parede, e sim, que solucionem a estrutura como um todo. Para isso, é preciso entender a necessidade das pessoas e tudo que for feito precisa estar ligado a elas.
O futuro da construção envolve, por exemplo, o aumento da construção industrializada em que cada dia mais as construtoras vão se transformar em montadoras com um processo de industrialização que deve permitir a democratização da inovação. “Cada vez mais a necessidade de investimento das empresas em tecnologia será maior”, afirma Martins.
Quando se fala em tecnologia, o BIM é um dos processos que deve ser destacado. Em maio desse ano, foi publicado o decreto nº 9377/18. Ele tem como objetivo promover um ambiente adequado ao investimento da tecnologia, além de incentivar seu uso em âmbito nacional. Pensando nisso, o governo federal implementou a Estratégia Nacional de Disseminação do BIM, que inclui a criação de uma Biblioteca Nacional BIM com objetos produzidos nesse formato para download gratuito pelas construtoras. “O BIM é um conjunto onde uma série de fatores são importantes, entre eles a capacitação”, ressalta o presidente da CBIC.
Já o cenário político, que foi alterado esse ano com as eleições presidenciáveis e estaduais, também terá um impacto grande para a construção civil. Essa mudança deve determinar o aumento ou a redução da confiança dos consumidores. Além disso, o novo governo também é responsável por dar continuidade e realizar investimentos em programas importantes para o setor, como o Minha Casa, Minha Vida e as obras de infraestrutura, como rodovias e pontes.
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